Aproximou-se do toucador como um gato. E como um gato apanhou o abridor de cartas. Não foi uma herança deixada pelo pai, jamais abriu nenhum telegrama de dor. Lágrima alguma pingou-se-lhe da ponta. Parou no espelho demorando-se linda. O robe um caule. Seu colo um broto. A boca um botão costurado na cara. Com um rasgo de papel abriu o envelope onde guardava a vida o amante. O seu coração, todo uma carta de ama-la, todo em suas mãos.
De dentro do conto, atirou-me as culpas:
— Satisfeita?
Foi nosso primeiro assassinato. Não senti remorsos. Dele, só sabia que estava nu.
imagem: Drew Struzan 2008
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