No meu céu, Escorpião.






A noite tresandando a veneno e meu corpo aberto numa estrela. Pentagrama de pele emanando cheiro ao invés de luz. Exalando mulher por todas as pontas – ainda mais mulher pelos ângulos. Pernas, pescoço, braços, cintura: arestas de múltiplas curvas e nenhuma escolha a não ser te venerar, Escorpião. Você que quando surge: um rei nato no meu céu lavado a breu, cruza-o sem dar por mim. Você que não ferrão, falo. (Cruza-me sem dar por mim). Fecunda-me de veneno e deleite. Você que não músculos, gás. Que não pele, armadura. Eu que não gás, mulher: por mais pentagrama, jamais estrela. Jamais Antares. Jamais seu coração, Escorpião. (Perchè non rossa, bianca). Por isso me ritualizo, me abro, me exalo. Pois quem não predador, presa. Quem não Órion, Diana. Quem não Golias, pedra. Ah, que ainda tropeça em mim!

2 comentários:

Mia Sodré disse...

Eu li e reli seu escrito e juro que não entendi nada. A princípio, pensei que se tratasse de uma forma de paixão, sedução por alguém ou algo mas depois comecei a ficar confusa sobre qual era o ponto principal e então apenas desisti e curti a leitura. ^^
Se puder explicar sobre o que é, agradeço.

http://miasodre.blogspot.com/

Bi M. disse...

Mia, obrigada por ter vindo à minha ilha. É um lugar isolado e as pessoas demoram a aparecer...rs Fico feliz que tenha aportado por aqui.

Quanto ao texto... minha literatura é assim, cheia de reentrâncias e ambiguidades. Qualquer interpretação que vc queira dar acaba sendo possível. Mas se te conforta saber, vc está no caminho que condiz com minha interpretação pessoal.