Pégaso-de-pau



O menino dá uma dentada no doce comprado na venda, e volta correndo pra rua de terra batida porque brincar é urgente. Vai a cavalo-de-pau não por ser mais rápido, senão que seu reflexo nas poças d’agua faz-se mais nobre. Encaçapadas nos bolsos duas bolinhas de gude verde-azeitona, moedas, parafusos. (Adivinha o aparecimento de uma porca solta nas rodas do mundo). Solta a corda do pião e gira ele mesmo a Terra, esse pião azul. Gira-gira-gira-a-Terra-gira. Armado a tiracolo, saca do estilingue e plic-plica pedrinhas no céu. Cupido ao contrário, faz apaixonar anjos e dragões, borboletas e folhas soltas. Apaixonou a minha pipa pelo seu cavalo-de-pau e voou um novo mito.

Um comentário:

Paulo Vitor Cruz, ele mesmo disse...

não me lembro o nome do livro, mas me lembrou um q li qdo tinha uns oito anos de idade... marcou a minha infância, marcou a minha vida...

*adoro-te..

bitoquinha.