Sopa de rei



“Era uma vez um rei…” E ele tinha coroa?, perguntou. Tinha. E era de ouro? Não, era de folhas., respondi. E não tinha que ser de ouro? Não, pode ser de qualquer coisa. Até de papel?, assombrou-se. Até de mentirinha. Girou os olhos prum lado e pro outro. Uma coroa de mentirinha faz um falso rei?, inquiriu. Uma coroa de mentirinha faz um rei de mentirinha, o que não quer dizer que seja falso. Eu posso virar rei?, perguntou maravilhado. Pode. Você conhece alguém que tenha virado? Conheço.: O rei do picolé, o rei da bicicleta, o rei do hamburguer… E eles usam coroa? Me interrompeu. Nenhum deles usa. Ah, quando eu for rei quero usar uma coroa. De ouro?, perguntei. Não, de conchas. De conchas do mar? De conchas de sopa., disse. Ouvi dizer que sopa é bom pra todo mundo. Acho que vou ser um bom rei. 

2 comentários:

Capa Rota disse...

Adoro, Bianca! Escreves como se assobia, apesar de não ser tão fácil como parece!

Paulo Vitor Cruz, ele mesmo disse...

Era uma vez uma passarinha. E ela tinha asas? Muitas. Muitas? Sim, muitas, era capaz de voar pra diversos lugares em questões de segundos e nos levar com ela. fim.

bitoquinha.